quinta-feira, 31 de julho de 2008

NORMOSE!?!

Hoje me fiz uma pergunta: Será que estou me preocupando em ser eu mesma? Sim! Mas se isso é chamado de "crise existencial", ahh! Com isso não estou preocupada hehe. Então me lembrei daqueles textos de auto-ajuda manjadinhos que circulam pela Internet. Um deles, que recebi há muito tempo, me chamou atenção porque acrescentou uma palavra interessante no "meu dicionário pessoal".
Resumindo o conteúdo do texto...

Todos querem se encaixar num padrão. Isso significa SER NORMAL:
- bonito(a)
- magro(a)
- sociável
- bem-sucedido(a)
- de bem com a vida.

Sem poder fugir da nossa natureza imperfeita e características ímpares, a grande maioria se frustra com as dificuldades em alcançar esse padrão:

- angústia
- inveja
- frustrações
- depressão
- síndromes de ansiedade e pânico
- transtornos alimentares
- e outras manifestações de "não-enquadramento".

Pra quem gosta de diagnósticos, o nome dessa "doença", que faz querer muuuito ser normal, é : NORMOSE ( palavra inventada pelo Professor Hermógenes, de 86 anos). Fiz uma pesquisa no Google, mas não encontrei nada sobre esse cara! Ele deve ser anormal demais pra ser real(rsrs).

Pergunta: Quem espera o que de nós?

Não existe lei que obrigue nem motivo suficiente pra "ser como todos devem ser".
Vamos aderir à companha: Ser autêntico, normal dentro da nossa originalidade! Pra isso não é necessário curso. Basta desenvolver personalidade, não seguir todas as regras, encarar o desafio de aprender continuamente, viver de forma mais íntegra-simples-sincera, e, principalmente, não pensar que isso é uma fórmula! Vai encarar?
Ass: A QUASE ANORMAL : P

Absolvendo Ana Maria Braga.

Os caras do CQC não perdoaram o comentário da apresentadora quando, numa pausa seguida de um "branco" na cachola, ela aconselhou os telespectadores a se tornarem IDIOTAS.

Sem radicalismos, vejamos o que pode estar subentendido na boa intenção da loira.

O que é ser idiota?

Meu querido Tom Hanks, no inesquecível " Forret Gump - O contador de histórias" respondia aos que o questionavam sobre o significado da palavra idiota: "idiota é quem faz idiotices".
E os dicionários confirmam: "qualidade do que é ou de quem é idiota e/ou ação, procedimento ou dito de idiota ou de pessoa dada como idiota(Dicionário Houaiss). Ora! Se forem ver o termo "idiota" verão que nenhum idiota é capaz de consultar o dicionário!
Ufa! Me safei dessa...rsrs.
Ser idiota tem lá suas vantagens.
Afinal, lábia de sábio é instrumento de enrolação e pode se tornar uma "arma". Um qualquer Zé-ninguém, considerado idiota, não consegue subordinar o particular a uma lei geral que desvia a atenção do comum dos mortais da inexorável realidade como um magistrado o faz. Isso deve dar trabalho!
A sabedoria aumenta a responsabilidade, portanto, idiotas não podem ser culpados por suas idiotices porque são ignorantes. Como cobrar de alguém algo que essa desconhece?
E cá entre nós! Somos, na grande maioria, ignorantes para alguns assuntos ou muitos, em alguns momentos ou em muitos...
Acredito, de verdade, que a Ana quis nos incentivar a relaxar, a não cobrar tanto, a aceitar a condição humana naturalmente imperfeita. Poderia ter dito: "se faça de salame às vezes!" Só pra dar fôlego, uma "parada" antes de estufar o peito e seguir se comprometendo com a aplicação do conhecimento que vamos adquirindo ao longo da vida.
Sejamos pois, idiotas momentaneamente e estrategicamente...Só não dá pra acostumar! hehe.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Fé x Esperança - Aplicando Filtros em Nietzsche.

Humildemente, venho aqui ousar. Sem medo de errar.

Assunto: Fé x Esperança - Aplicando Filtros em Nietzsche.

"A esperança vê o que não existe no presente. Existe só no futuro, na imaginação. A imaginação é o lugar onde as coisas que não existem, existem. Este é o mistério da alma humana: somos ajudados pelo que não existe. Quando temos esperança, o futuro se apossa dos nossos corpos. E dançamos. Quem é possuído pela esperança fica grávido de futuros."
(trecho de "Perguntaram-me se acredito em Deus" de Rubem Alves)

Existiu um homem que a vida toda ouviu a música do futuro. Muitos acharam que ele era louco e não entendiam o que ele falava. Só o entendiam aqueles que se alimentavam de esperança.
A mim pouco importa se ele era um míope e um fanático ideológico como os críticos o condenam. De fato, vale a sua profunda reflexão e despreendimento de valores pré-estabelecidos pela ordem religiosa.

E por falar em críticos...

A crítica é um dos pilares da evolução. Entretanto, alguns acabam depositando demasiada análise sobre a personalidade daqueles que contribuiram com sua sabedoria em algum momento da história da humanidade. Mais do que usar "filtro solar", como ensina Pedro Bial(hehe), façamos uso do "filtro conceitual", este, não menos importante para a saúde, mental.

Discordo de Albert Schweitzer quando diz:"Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros - é a única."
Caro Albert, depende pra quem, ou melhor, algumas pessoas não precisam de exemplo, palavras são suficientes.
Elas servem de inspiração àqueles que arriscam utilizar a tal "autonomia" ao inovar na maneira de agir.
Na minha opinião, toda a criatura “de nervos modernos, de inteligência sem cortinas, de sensibilidade acordada”, deve mudar de opinião, de certeza e de convicção, se levada pela força dos argumentos e pela interiorização saudável da lógica, antes mesmo de alguém lhe mostrar como isso funciona na prática.

O homem que ouvia a música do futuro se chamava Friedrich Nietzsche.

Toda essa volta que dei, serviu pra expressar minha admiração pelo conceito de "fé", citado nas obras desse grande filósofo.

Para Nietzsche, a fé é uma "fuga" onde deixamos nas mãos de Deus o nosso futuro. Uma certeza prepotente e ideal para o sitema ao qual interessa somar acomodados.

Me resta então, falar da esperança.

Ahhh, a esperança...

Esperança é desejar, humanamente, o melhor. Torcer pelo sucesso sem estar preso a nada e sem "passar a bola" da responsabilidade.


Aqueles que ouvem a melodia do futuro plantam árvores sob cuja sombra nunca se assentarão. Mas não importa. Eles se alegram imaginando que as crianças amarrarão balanços nos seus galhos.